O nome destes pasteis deliciosos deve-se a um velho tio meu (que já morreu há muitos anos e que ficou conhecido, na família, pela graça e pela gula) que um dia comentou, ao comer o oitavo ou o nono: "Não percebo porque é que gosto tanto disto. São pasteis de nada, com recheio de coisa nenhuma!..."
É a massa que faz toda a diferença, nesta receita de família: feita com leite em vez de água, torna os pasteis mais leves e estaladiços e dá-lhes um sabor diferente do dos habituais pasteis de massa tenra.
Fazia-os a minha mãe, melhor do que ninguém, apesar de ser péssima cozinheira em tudo o resto. Era a sua única coroa de glória na cozinha.
À laia de homenagem, a receita dos "pasteis de nada" é a primeira a abrir o baile da mesa, neste blog. Bom apetite! 200 gr de farinha de trigo; 30 gr de manteiga; leite e sal q.b
Deita-se a farinha numa tigela, juntamente com a manteiga e um pouco de sal para temperar. vai-se deitando o leite, pouco a pouco, de modo a ligar a farinha e a criar uma massa nem demasiado branda nem dura (que faça uma bola, mas mole). Bate-se e trabalha-se bem e deixa-se descansar, envolvendo a bola em película aderente ou num guardanapo húmido, por uma hora. Tende-se a massa com um rolo até ficar finíssima, e cortam-se os pasteis em frma de meia lua (com uma carretilha ou forma de corte), dobrando a massa e pondo-lhe, no meio, uma colher de sobremesa de recheio. Fritam-se em óleo bem quente, em tacho fundo ou fritadeira. Ao fritar, vão-se regando por cima com o óleo quente, com uma colher. Se enfolarem muito e criarem bolhas, estão perfeitos.
O recheio costuma ser de carne, mas também pode ser de peixe ou marisco.
Devem ser comidos acabados de fazer. Ficam grandes mas, como são ocos, conte com vários por pessoa.